Convencionalidade
São esses lexical chunks que constituem o tecido complexo de um idioma, indo muito além do que se chama de gramática. Estruturalmente, esses itens lexicais podem ser fixos, como, por exemplo:
- locuções adverbiais (at night)
- binômios (black and white) ou trinômios (blood, sweat and tears)
- collocations (develop a project)
- combinações de verbos e preposições (think about)
- combinações de adjetivos e preposições (crazy for)
- combinações de substantivos (an increase in) com preposições
- expressões idiomáticas (chip off the old block)
- phrasal verbs intransitivos (wake up) e transitivos (pick it up)
Os lexical chunks também podem ser semi-fixos como:
- phrasal verbs transitivos (pick the kids up/pick up the kids)
- frases pré-fabricadas (First of all, One of the best … about …. is…).
Porém, essas expressões contam com uma outra característica mais notável ainda, ou melhor, fundamental: a da convencionalidade.
Uma expressão convencional em qualquer língua é aquela que vem sendo veiculada por sua comunidade de usuários, dia após dia, por décadas, séculos até, de tal forma que se cristaliza no idioma, legitimada pelo uso constante, a ponto de soar familiar ao ouvido de qualquer um de seus falantes. Esse fato explica porque, quando sua ordem é pervertida, acaba causando incômodo ou suscitando correção por parte de um interlocutor, mesmo que este não saiba porque está errada: “Só sei que é assim que a gente fala.”
De modo semelhante, quanto mais expressões convencionais utilizamos no nosso inglês, tanto falado quanto escrito, mais natural esse segundo idioma tende a soar, ao mesmo tempo que menos propenso a mal-entendidos, ambiguidades e correções. Desta forma, é justamente a essa linguagem, que também se denomina idiomática, que podemos associar à fluência ou ao domínio de um idioma. Além da amplitude do conhecimento gramatical e vocabular, da rapidez na leitura, da flexibilidade na compreensão, o que distingue um aluno do nível básico e de um do avançado é o grau de idiomaticidade de sua produção linguística. Ou seja, quanto mais avançado o nível, maior esse grau, já que em tese o aluno está exposto à linguagem há mais tempo, assimilando-a de maneira natural e orgânica. Não é à toa, por exemplo, que exames como IELTS, TOEFL, CAE, CPE e PTE preveem o uso dessa linguagem em seus critérios de avaliação.
Percebeu que a mesma coisa acontece em português? Compartilhe alguns exemplos conosco no campo abaixo. No próximo artigo vamos examinar como podemos chegar a uma redação em inglês ao mesmo tempo mais natural e precisa. Não perca!
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